(ENEM PPL - 2021)
Vamos ao teatro para um encontro com a vida, mas, se não houver diferença entre a vida lá fora e a vida em cena, o teatro não terá sentido. Não há razão para fazê-lo. Se aceitarmos, porém, que a vida no teatro é mais visível, mais vívida do que lá fora, então veremos que é a mesma coisa e, ao mesmo tempo, um tanto diferente. Convém acrescentar algumas particularidades. A vida, no teatro é mais compreensível e intensa porque é mais concentrada. A limitação do espaço e a compressão do tempo criam essa concentração.
BROOK, P. A porta aberta. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
Segundo o diretor inglês Peter Brook, na passagem citada, a relação entre vida cotidiana e teatro pode ser resumida da maneira seguinte:
Para assistir a uma peça de teatro, é preciso estar concentrado.
Não existe diferença entre a vida cotidiana e o teatro, eles são iguais.
No teatro, uma vida inteira pode acontecer e ser compreendida em apenas duas horas sobre um palco de dez metros quadrados.
No teatro, as falas são mais longas do que na vida cotidiana, e o palco é mais bonito.
No teatro, tudo é visível, os atores falam mais alto e mais pausadamente do que falamos no cotidiano, o que torna a vida mais compreensível.